Olá galera do aferroefoggo, ta ai mais um icone do rithym-in-blues, na minha humilde opinião J.L.Hokker está entre os 5 melhores, jamais pode-se falar em blues sem falar nele.
Peço desculpas pela demora de mais um post mas prometo que nessa semana vou fazer o possível pra colocar pelo menos mais dois.
J.L Hooker
John Lee Hooker é um dos grandes divos do blues tradicional que mais influênciou a legião de cantores brancos (a maioria Ingleses) que tentam assimilar a estética do blues vindo do rock. J.L.Hooker é uma figura clássica do blues sulista, oriundo do mesmíssimo Delta do Mississípi onde nasceu ( na localidade de Clarksdale) no dia 22 de agosto de 1917, tendo-se educado lá.
Durante a sua juventude, a música foi só um desabafo, já que não dava para viver; efetivamente, ele ganhou a vida trabalhando duramente na zona fabril de Mênfis, e mais tarde em Cincinnati, morando na casa de familiares, até que em 1947 mudou-se para Detroit. O seu primeiro objetivo era trabalhar na indústria automobilistica mas a sorte fez com que Detroit fosse a sua plataforma de lançamento como um famoso 'blues singer'.
Embora no começo de sua carreira John Lee Hooker tenha utilizado a guitarra elétrica, na década de 60 adotou a guitarra acústica, sendo o percursor da moda "unplugged".
Em vários dos temas também não despreza uma prática antiga dos velhos 'bluesmen' sulistas que consiste em utilizar modismos, gírias ou palavras com duplo sentido usuais entre a comunidade negra, que os auditórios brancos não entendem completamente, o que, é natural, produzia grande regozijo entre os negros que o ouviam.
Ele é "The Boogie Man", um dos simbolos emblemáticos da autenticidade do blues. A sua voz e sua maneira de tocar guitarra, utilizando também a solas dos seus sapatos como percussão, construíram um estilo inconfundível, obsessivo e, às vezes, dramático, mas inalterável com o passar dos anos. Além disso, urbanizou o blues rural com muita simplicidade e, ainda que não possuísse muitos recursos técnicos, a sua dolorosa intensidade e sua habilidade o transformaram num dos músicos mias influentes do século. Cada canção que escreveu está baseada em algo que aconteceu com ele ou com qualquer outra pessoa e temas como "Boogie Chillen", "Dimples", " Boom Boom", "Let's Make It", ou "Motor City is Burning" foram resgatados por uma série de músicos como Animals, Rolling Stones, Spencer Davis Group, Doors, J.Geils Band, MC 5, Dr. Feelgood, Fleshstones, Chesterfield Kings... e, principalmente George Thorogood, um dos seus mais fiéis incondicionais. Hooker "martelava" com profusão as cordas da sua guitarra, conseguindo um ritmo insistente e massante que acompanhava com um movimento dos pés quase incessante. A sua voz gostosíssima tem um tom estanho, que se deve talvez a um pequeno e peculiar defeito de vocalização com o qual ele aprofunda a interpretação, capaz de ser funda e grave nos temas mais melodramáticos e juvenilmente contagiante quando faz boogies. Por outro lado, Hooker sabe compor de forma muito original com estrofes regulares e sem rima, que une através de um compasso quase hipnótico, como demonstrou no impressionante LP "Birmingham Blues", embora muitos tenham descoberto este disco graças a um tema medíocre chamado "Boom Boom". Certa ocasião, chegou a afirmar que a sua forma de tocar as cordas da guitarra não era um invenção própria mas sim um ensinamento de que parente próximo, que igualmente o tinha introduzido no folclore, de onde extraiu numerosos "fraseados" para as suas futuras canções.
de Louisiana que lhe ensinou algo diferente dos hinos que cantava na igreja. John Lee Hooker saiu de casa aos 14 anos e conheceu dois músicos que lhe trariam novas influências: Tommy Mc Clennan e Tony Hollins. Instalado em Mênfis, a sua pouca idade lhe tornava bastante difícil o acesso aos clubes e lugares da famosa Beale Street, mas ele conseguiu trabalhar com Robert Nighthawk, embora tenha-se desiludido muito e decidido empreender uma aventura em direção ao Norte. Após uma temporada em Concinnatti (Ohio), onde conseguiu algum trabalho e cantou em quartetos de gospel, casou-se e mudou-se para Detroit, a cidade mais importante do Norte junto com Chicago, e lá começou a ser visto nos clubes de Monte Carlo e Harley Inn. Descoberto pelo produtor Bernie Besman, foi levado por este último no final de 1948 a um estúdio para gravar "Boogie Chillen", uma música que, por seu som intenso e primitivo, cativou todo mundo e conseguiu vender um milhão de cópias.
Ele conseguiu trabalhar durante uma temporada como locutor de rádio, e sofreu um envenenamento, quando possívelmente uma mulher ciumenta dos seus contínuos devaneios amorosos colocou veneno no seu uísque.
Os anos sessenta significaram a consolidação do blues tanto nos Estados Unidos como na Europa, onde procurou inspiração em Hooker
Durante os anos setenta, oitenta e noventa, a sua vida transcorreu tocando em festivais de jazz como Antibes, Nice Jean-Les-Pins, Barcelona, etc., lançando alguns discos com "Endless Boogie"(71); "Never Get Out Of These Blues Alive"(72); "Detroit Special" e Don't Turn Me From Our Door"(74), "The Cream" (78) e fazendo cameos ou aparecendo em trilhas sonoras de filmes como Granujas a todo Ritmo, A Cor Púrpura, ou The Iron Man. Em suas gravações mais recentes aparece rodeado de músicos prestigiados: em "The Healer"(1989), pelo qual recebeu um prêmio Grammy, colaboram Bonnie Rait, Canned Heat, Los Lobos, George Thoroggod ou Carlos Santana: em "Mr. Lucky"(1992) o ajudam Keith Richards, de novo Santana, Vam Morrison ou Robert Cray, até 1995 em que publica "Chill Out" e no qual se apresentam junto ao maestro, Carlos Santana, Booker T. Jones, Van Morrison Roy Rogers.
Hooker foi considerado um "shouter", mas é também um narrador pausado e tranquilo, no qual a chama dos sentimentos nãos se apaga pela doçura ou pelo amor mais infantil.Fontes do texto Coleção Mestre do Blues, Revista n° 3 - Editora Altaya
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